O nosso grande drama é encarar a morte física.É inegável, o poder desta indesejada de nos colocar contra a parede do absurdo. Ora, o desaparecimento fisico até de nossos objetos materiais que compõem a cena do nosso cotidiano, nossas simbologias afetivas, é sobremodo doloroso!Transporte-se esta cena para o mundo dos seres humanos!
É desolador, procurarmos um rosto, um olhar , as mãos ( que dizem tanto de nós), aquela personalidade ( persona) que fazia parte do nosso cotidiano e encontrarmos o vazio imensurável,o silencio abissal,o negro em lugar da face! É quando damos de cara com nossa impotencia diante do fugacidade da vida!
Outro dia tive um sonho que deve ser prato cheio para os psicanalistas e para mim foi premunitório : encontrava-me na margem limite entre a vida e a escuridão do outro lado ; me vinha a sensação perfeita de que caso me desequilibrasse, entraria no nada absoluto e sem volta!
No entanto, concordo que se nos desnudarmos do envólucro do corpo, o espirito ou o que isto represente, fica por aqui , nas pegadas impressas por nossa trajetória no terreno pantanoso deste planeta.
Nelson Mandela, como unidade fisica e espiritual se foi, desapareceu .Nossos olhos não conseguirão mais enxergá-lo,seu rosto perderá a nitidez dos contornos, mas ficarão as marcas que seu espirito largo e bom deixou por este mundo. E isto é uma forma de eternidade!
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