segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

NATAL SEM TÍTULO

a cor vermelha da esperança
de tanto sangue verde derramado
por entre papeis, papelões, pacotes
todos vazios
ávidas  retinas de desejos incontidos
rastream a solidão inutil
da cor redentora do amor entre os homens

domingo, 15 de dezembro de 2013

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE



Datas como o Natal são um marco em nossas vidas. No caso, apesar de celebrar-se o nascimento do Deus-menino representando o (re) nascimento de   toda a humanidade, nao deixa de ser uma data de  contabilizar os anos vividos, as lembranças que fazem nossa história pessoal e principalmente as ausências de pessoas caras a nós. São datas assim que evidenciam a nossa transitoriedade .Tudo me parece muito fugaz , até sem justificativas para tanta euforia, uma vez que este cenário  se repete indiferente à subtração de protagonistas  que como nós ( que ainda estamos ), já trilharam esses mesmos caminhos e acreditaram  que representavam algo no elenco desta peça .Acreditaram  que havia algo a celebrar , desavisados que eram , como nosotros ,da ameaça constante de sermos retirados súbita e irremediavelmente  de cena enquanto a opera bufa continua...
Contudo,pelo sorriso das crianças, pela alegria da juventude , pela beleza da natureza e considerando que nossa descendência tem  o direito de construir suas histórias de vida, de acreditar nas promessas do futuro , celebremos aqui e alhures!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A ETERNIDADE DE MANDELA

 O nosso grande drama é encarar a morte física.É inegável, o poder desta indesejada de nos colocar contra a parede do absurdo. Ora, o desaparecimento fisico até de nossos objetos materiais que compõem a cena do nosso  cotidiano, nossas  simbologias afetivas, é sobremodo doloroso!Transporte-se esta cena para o mundo dos seres humanos! 
É desolador, procurarmos um  rosto, um  olhar , as mãos ( que dizem tanto de nós), aquela personalidade ( persona) que fazia parte do nosso cotidiano e encontrarmos o vazio imensurável,o silencio abissal,o negro em lugar da face! É quando damos de cara com nossa impotencia diante do fugacidade da vida!
Outro dia tive um sonho que deve ser prato cheio para os psicanalistas e para mim foi premunitório : encontrava-me na margem limite entre a vida e a escuridão do outro lado ; me vinha a sensação perfeita de que  caso me desequilibrasse, entraria no nada absoluto  e sem volta!  
No entanto, concordo que se nos desnudarmos do envólucro do corpo, o espirito ou o  que isto represente, fica por aqui , nas pegadas  impressas por nossa  trajetória  no terreno pantanoso deste planeta.
Nelson Mandela, como unidade fisica e espiritual se foi, desapareceu .Nossos olhos não conseguirão mais  enxergá-lo,seu rosto  perderá a nitidez dos contornos, mas ficarão as marcas que seu espirito largo e bom deixou por este mundo. E isto é uma forma de eternidade!